segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ônibus lotado
o cheiro das velhas, meio adocicado me irritava - dos trabalhadores ainda mais.
abafado, os vidros fechados - eles tinham medo dos pequenos pingos ressecados da chuva.
e que medo.
estava rindo sozinha, ao pensar que nada tem sentido.
eu era a galinha ciscando, numa tarde fedorenta.
mas tudo bem, eu sou desapegada, eu vou me esquecer - eu faço questão.
eu minto ás vezes, mas são como idéias ainda pré-concebidas, entende?
me entende?
eu estava em pé, com bolsa e guarda-chuva nas mãos, a outra tentando me equilibrar em cada curva - eu estava sóbria...
tinha um pré-adolescente safadinho, coitado - minha blusa é trasparente? será que ele me imagina sem? devia ser genético, seu pai era um tanto quanto 'observador'
deixa pra lá...
meu amigo teobaldo ama as amarras soltas.
'um amigo com necessidade é um amigo de verdade
um amigo que irá te provocar é melhor'

ele tem covinhas? uma vez eu vi no jô, um cara falando sobre sentimentos e a face - covinhas: sinal de carência.
se eu tenho?
sim, duas, não profundas - na verdade são rugas - não são covas...
mas isso não importa, por que vagou um lugar - não acredito que vou poder sentar solitariamente ali no fundo - abrir a janela...

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