sexta-feira, 10 de abril de 2009

A AUSÊNCIA DA FALTA QUE ME FAZIA
eu não vi nenhuma fagulha do teu ermo imediato.
na ausência era tú que me consolava.
tua lacuna foi preenchida com meus lamentos rápidos, e quase discretos.
eu sabia que seriam preenchidas novamente...
eu não me preocupei em dar-te assas.
eu não prorroguei tuas imaginações.
eu não julguei teus atos impensáveis de jovem acolhedor da dor e do amor.
eu não vi teus traços falhados,
eu não senti tua falta.
não choraminguei pelos cantos, eu não arranhei teus discos.
não proferi teus sentimentos com rancor...
eu não parei.
passei a amar-te na ausência.
a ausência da falta de que tú me fazia não me preenchia.
meu copo estava sempre meio vazio.
--
voe, mostre que sabes voar.
mostre teus encantos de volúpia...
--
eu não morri por você.
mas...
não corrompi o silêncio subversivo, ele estava lá!
você quis expulsar, você quis expulsar-me.

numa dose de paixão e tentação me anulastes.
...
no último minuto do gozo final
lembrastes de mim.

eu sou o Amor, o prazer, a trepidação, o antagonismo, o ódio, a lágrima, o tédio.
eu sou a doença, o vício, a droga.
eu sou a cura, a felicidade, a droga.
acorde meu bom moço,
acorde!
nós sabemos por que morremos dos nossos amores-platônicos-reais.
eu escapo, e tú me pega.
tú escapas e eu te pego.
nos encolhemos.
na fuga da dor.do amor.
sem culpa, sem compaixão.



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